quarta-feira, 25 de maio de 2016

Messed up world

Most of the things that happen at the camp or that come to my knowledge are hard for me to verbalize, so hard to share here, but I also understand that that's the purpose of writing this blog, allowing people to have more information and to be in touch with (a little part) of what happens over here. 
There's this story of a little girl who took all of the medication she was able to find on her mother's belongings, a handful of tablets...
A little girl, whose worse worrying should be homework, had an overdose of medication out of a desperate cry for help and attention. 
Here she is, no father, alone with her mother and few siblings, missing the ones she left behind, after a six months trip by foot and after crossing by "boat" from Turkey to Greece, waiting on a refugees camp for the boarders to open and for them to find asylum on an European country. How much more should she add to her yet short but very damaged timeline?
Turned my heart into a thousand pieces. What a messed up world we live in. 

-

A maioria das coisas que acontecem no campo ou que eu fico a saber por lá estar são para mim, realmente difíceis de verbalizar,  difíceis de partilhar aqui mas, também compreendo que o propósito de escrever este blog é partilhar a minha experiência com todos e permitir que mais pessoas recebam informação e possam estar em contacto com (uma pequena parte) do que acontece aqui. 
Hoje conto-vos a história de uma menina que tomou todos os comprimidos que conseguiu encontrar nos pertences da sua mãe, uma mão cheia de vários comprimidos...
Uma menina cuja maior preocupação deveria ser o trabalho de casa, teve uma overdose de medicação numa tentativa desesperada de pedir ajuda e atenção. 
Aqui está ela, orfã de pai, sozinha com a mãe e irmãos e cheia de saudades dos que deixou para trás, depois de uma viagem de 6 meses feita a pé e depois de atravessar de "barco" da Turquia para a Grécia, à espera num campo de refugiados que as fronteiras abram e que possa encontrar asilo num país europeu. Quanto mais terá uma menina de 10 anos de adicionar à sua curta mas já marcada linha temporal? 
Partiu-me o coração em mil pedaços. Que mundo estúpido este em que vivemos. 

1 comentário: