sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Update on Oinofyta Camp and DYP activities

March 26th 2018 the Greek government re-opened Oinofyta Camp
Why? 
The camp reopened to accommodate asylum seekers who were removed from the island camps in December and January and were living in hotels in Athens since. The costs were covered by ECHO but then they notified they couldn't cover them from April on. So four of the camps previously closed had to re-open, Oinofyta being one of those camps. 
How? 
Oinofyta camp didn't re-open as the same camp that closed, and that I had previously described here. Most of the organizations who previously worked at the camp couldn't provide services since they were not government organizations and Oinofyta re-opened as a government camp. That including Do Your Part, who previously managed Oinofyta Camp. 
IOM who was also providing services at Oinofyta Camp pre-closing, was asked to facilitate the accommodation and to provide basic supplies to everyone transferred to the camp as well as helping with registration. They have been managing the camp since the re-opening. 
How about now? 
It's been brought to my knowledge that the situation in the camp is unbearable. In Lisa's (previous manager) own words:"The situation in the camp is almost indescribable. The desperation is not like anything I have seen before. The most vulnerable people have been put in a place that at it’s best still didn’t have the best accommodations, but was made up for by the services and community that were in place. These new residents have been left on their own for days at a time with only the military catering truck coming to the camp three times a day to bring food that is not nutritionally sound, and there is no distribution in place yet. I have spoken to the Facility Coordinator and he has assured me that they will be getting supplies in, but they do not warehouse anything and have to order it in. Now they can cook their own meals on eletric stoves IOM provided." About the current population at the camp, according to Lisa "Initially there were over 400 people in the camp, 130 of them are children between the ages of 10 days old to 17 years old. But now the camp is being expanded – 42 tents have been put in and more are expected. There is a contractor building more rooms in what used to be the warehouse space and the communal kitchen space. 3,000 more refugees are being moved from the overcrowded islands to the mainland by the end of this month and they will be going into tents that have been placed in almost every mainland camp. The estimate is that the population of Oinofyta – which is now at over 650 – will expand to 1,000. There is no onsite medical care, no child protection team, no women’s support, no psychological counseling, and NOTHING to do to occupy their time. But there is now one more organization in the camp: FoodKIND, they are preparing one meal a day to supplement the residents own cooking and they have been tasked with providing activities for the children – even though they have NEVER done children’s activities. This way IOM can tick a box saying they have children’s activities.” 
As proof that the desperation of the delay on the processing asylum claims and keeping this human beings on a limbo for such long period of time, living in places with no minimum conditions assured, is affecting not only their lives but also their health, on June 22nd a 20-year-old resident died from suicide at Oinofyta Camp. This has currently been happening at the islands, even with children, and it's a major issue that needs addressing right-away. 
And what's there to hope for? 
The future of the camp is still unknown, the government is yet to decide if it's going to stay open or being shut down again. 
Do Your Part created a Community Center at Oinofyta and has been distributing diapers, baby wipes, baby milk, feminine hygiene kits and wash powder to the residents, they have also been filling prescription for medication and providing baby beds for the newborns. 
Small groups of people have been brought from the camp to the Community Center three times a week to participate in various activities as movies for children or arts and crafts for women. 
There are also doctors and midwives coming to the center a couple of days a week and helping the ones in need for medical attention. 
Quoting Lisa's words again: "Our overall goal here in Greece has not changed from the first trip here in November of 2015: we are here to help the asylum seekers. They are still coming and still in need of the basic care as well as assistance in integration to their new country." 
You can follow closely DYP’s Community Center activities at their facebook page
Beneath Do Your Part's umbrella and Lisa's management, the Community Center is being run by two previous residents of the Oinofyta Camp. And Oinofyta Wares (you can read more about it here) is also still running and being supervised by another previous resident of the camp. 
How can YOU help? 
All of this only happens because there are generous donors who help DYP get the much-needed financial support. And the fact that the media tends to forget about the refugee crisis makes it harder to find people willing to donate or interested on the issue. 
So DYP is looking for sponsors who can help them continue providing a side help to all the residents at Oinofyta Camp. Currently the funds only allow maintenance of all this projects until October, but DYP will have to begin shutting down if they cannot find more support. 
If you don't have means to financial help but you still want to contribute in some way, DYP is always looking for volunteers who can help at the Community Center with all the activities currently in place. 
If you don't have money neither have time to volunteer, please share around. 
The media may forget about the refugee crisis, but we shouldn't. 

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A 26 de Março de 2018 o governo grego reabriu o campo de Oinofyta
Porquê? 
O campo reabriu para acomodar requisitantes de asilo que foram removidos dos campos das ilhas em Dezembro e Janeiro, e viviam em hotéis em Atenas desde então. Os custos eram suportados pela ECHO que posteriormente notificou não conseguir cobrir os custos de Abril em diante. Dessa forma, quatro dos campos previamente fechados na Grécia tiveram necessariamente de ser reabertos e Oinofyta foi um desses campos. 
Como? 
O campo de Oinofyta não reabriu como o mesmo campo que era quando fechou, e que eu tinha descrito previamente aqui
A maioria das organizações que tinham trabalhado no campo antes deste fechar não puderam continuar a prestar serviços por não serem organizações governamentais e Oinofyta ter aberto como um campo do governo. Isto implicou a saída da Do Your Part do campo, apesar de previamente ter sido a organização a geri-lo. 
IOM que também tinha prestado os seus serviços no campo antes do fecho, foi a organização que ficou responsável pela acomodação e e por assegurar as necessidades básicas de todos os novos residentes, bem como ajuda-los com o registo. Desde então tem gerido o campo. 
E agora? 
A informação que me tem chegado através de voluntários e ex-residentes é de que a situação no campo é insuportável. Nas palavras de Lisa Campbell (manager do campo antes deste fechar): "A situação é indescritível. O desespero é como nunca vi antes. As pessoas mais vulneráveis foram postas num lugar que no seu melhor não tem de todo as melhores acomodações, mas foi compensado pelos serviços prestrados e pela comunidade local. Estes novos residentes foram deixados à sua mercê por dias a fio com apenas o catering providenciado pelo exército num camião que três vezes ao dia para trazer comida com pouco valor nutricional e sem um sistema de distribuição instalado. Falei com o coordenador de instalações que me assegurou que iriam receber abastecimentos extra mas não podiam ser armazenados e tinham de ser previamente pedidos. Actualmente podem cozinhar as próprias refeições em fogões elétricos que a IOM instalou." Sobre a população residente no campo, segunda a Lisa: "Inicialmente eram mais de 400 pessoas, 130 delas crianças entre os 10 dias e os 17 anos de idade. Mas agora o campo está em expansão, foram instaladas 42 tendas e é suposto serem ainda mais. Há um empreiteiro contratado para construir mais quartos nos espaços que antigamente serviam de armazém e de cozinha comunitária. Mais 3000 refugiados estão a ser movidos das ilhas sobre-lotadas para o continente e no fim deste mês ocuparão as tendas que estão a ser postas em quase todos os campos do continente. A estimativa é que a população de mais de 650 pessoas em Oinofyta cresça para 1000. Não há ninguém a providenciar cuidados médicos no local, nenhuma equipa de proteção infantil, não há aconselhamento psicológico e não há NADA para ocupar o tempo destes residentes. Mas há agora mais uma organização no campo: FoodKIND, responsável por preparar uma refeição por dia de forma a suplementar o que os residentes cozinham e a quem foi atribuida a tarefa de promover atividades com crianças apesar de estas NUNCA terem decorrido. Desta forma a IOM pode pôr um visto na lista e dizer que têm atividades para crianças." Prova de que o desespero causado pelo atraso do processamento dos pedidos de asilos e pelo facto de deixarem estes seres humanos num limbo por tanto tempo, a viver sem o mínimo de condições asseguradas, está a afetar não só as suas vidas mas também a sua saúde: a 22 de Junho um residente de 20 anos morreu de suicídio no campo de Oinofyta. Isto tem estado a acontecer recorrentemente nas ilhas, inclusive com crianças, e é um assunto sério e grave que tem de ser urgentemente tido em conta e resolvido. 
O que se pode esperar daqui? 
O futuro do campo continua incerto. O governo ainda tem de decidir se continuará aberto ou será de novo encerrado. 
Do Your Part criou um Centro Comunitário em Oinofyta e tem distribuído fraldas, toalhitas higiénicas, fórmula para bebés, kits de higiene feminina e detergente aos residentes, também têm pago por medicamentos que fazem parte da medicação crónica de alguns residentes e oferecido camas de bebé aos recém nascidos. 
Em grupos pequenos, os residentes têm sido tirados do campo algumas horas para passar tempo neste centro, três vezes por semana, de forma a participarem em atividades como filmes para as crianças e arte para as mulheres. 
Também há médicos e parteiras a oferecer os seus serviços no centro duas vezes por semana de forma a suprir as necessidades dos que têm condições médicas. 
Citando de novo as palavras da Lisa: "O nosso objetivo primordial aqui na Grécia não mudou desde a primeira viagem em Novembro de 2015: estamos aqui para ajudar os que requisitam asilo. Eles continuam a chegar e continuam a precisar de cuidados básicos, assistência e integração num novo país." Podem seguir atentamente as atividades do Centro Comunitário na página do facebook
Ao abrigo da DYP e da administração principal da Lisa, o Centro Comunitário está a ser gerido por dois dos antigos residentes do campo de Oinofyta. Bem como o projeto Oinofyta Wares (do qual podes saber mais aqui) que está a ser gerido também por um antigo residente. 
Como podes TU ajudar? 
Tudo isto só acontece graças a donativos generosos de pessoas que ajudam DYP a conseguir o suporte monetário indispensável à gestão de todos estes projetos. O facto de os media se esquecerem persistentemente da crise de refugiados torna difícil a procura de pessoas dispostas a doar ou interessadas no assunto. 
Por isso DYP procura patrocinadores que possam financiar os projetos desta ajuda extra aos residentes do campo de Oinofyta. Atualmente o fundo de maneio permite apenas a manutenção dos projetos até ao final de Outubro, depois disso terão de ser terminados se não se encontrar financiamento. 
Se não tens meios para ajudar financiamente mas ainda assim queres contribuir, DYP está sempre à procura de voluntários que possam ajudar a desenvolver estes projetos na Grécia. 
Se não tens disponibilidade monetária ou tempo por favor partilha a informação. 
Os media podem esquecer-se da crise dos refugiados mas nós não devíamos.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

See you soon!

My journey in Greece ended for the third time. 
I will still post about issues happening at Oinofyta/Greece if they come to my knowledge and I find them of public interest. 
It's never the last time. It's always a "see you soon". 

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A minha jornada na Grécia chegou ao fim, pela terceira vez.
Continuarei a publicar sobre Oinofyta e sobre a Grécia sempre que achar os assuntos de interesse público.
Nunca é a última vez. É sempre um "até já".

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Oinofyta Wares






[All the photos were downloaded from OW facebook page with owners permission]

Oinofyta Wares is a small business in Greece, run by some refugees that used to  be residents of Oinofyta Camp. Since the government allowed camps to start a business in order to create a sustainable source of income to the camp and since many residents at Oinofyta were professional tailors back home, nothing would fit more than a tailor shop. 
In December 2016 the tents that were previously a form of accomodation at the camp were no longer necessary as all the residents were moved to rooms on the climatized building and that was the start of it all, reusing those tents to make the original Oinofyta Wares bags. 
As they describe it on the website: "Each bag is designed, made, and uniquely customized entirely by our tailors using our recently donated sewing machines. The bags are made from upcycled refugee camp tents and clothing that we were unable to distribute from our warehouse. All our bags are reinforced using ground sheets from the tents, so nothing goes to waste!" As I have been seing: amazing quality bags with a story attached to them, they even have tags on the inside signed by the creator of that specific item.
Since the closing of the camp, Oinofyta Wares was moved to a space in Dhilesí and there the bags are being produced by the same tailors. Those tailors are now being placed in rented flats by the factory, so they have a house, they have a job, they have a community, and this is the first step in the process of starting over. 
An amazing project, isn't it? If you also think so please stop by the Oinofyta Wares website and do some christmas shopping!

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Oinofyta Wares é um pequeno negócio criado na Grécia, operado por refugiados que foram residentes no campo de Oinofyta. Depois do governo ter dado permissão para que cada campo começasse um negócio de forma a ter uma fonte de rendimento mais sustentável e atendendo a que a profissão de muitos dos residentes do campo de Oinofyta era costura nada seria mais apropriado do que um estúdio de costura.
Em dezembro de 2016 as tendas que anteriormente serviam de abrigo deixaram de ser necessárias quando todos os residentes se mudaram para quartos no edifício climatizado e foi assim que tudo começou, com o reutilizar das tendas para criar as malas originais.
Como é descrito no site: "Cada mala é desenhada, feita e personalizada de forma única inteiramente pelos alfaites usando máquinas de costura doadas. As malas são feitas de tendas reutilizadas ou roupas doadas que por alguma razão não puderam ser utilizadas. Todas as malas são reforçadas com o plástico de revestimento das tendas portanto nada é desperdiçado."
Como tive oportunidade de ver: malas de incrível qualidade que carregam uma história e têm até o nome na etiqueta do alfaiate responsável pela criação daquele item em específico.
Desde que o campo fechou, Oinofyta Wares moveu-se para um espaço em Dhilesí mas as malas continuam a ser feitas pelos mesmos alfaiates. Estes mesmos alfaiates estão agora a viver junto à fábrica portanto têm uma casa, um trabalho e uma comunidade e isso é o primeiro passo para o recomeço.
Um projeto fantástico não é? Se também achas, por favor visita o website e faz umas comprinhas de Natal! 

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Closing time.




Oinofyta Accomodation Center was a refugee hotspot, a Greek refugee camp, but also a winterized, climatized, somehow dignifying small refugee comunity inside Greece. Now it's gone, emptied, no more kids running throught the colourfull corridors. No more patients at the clinic. No more late afternoon volleyball or football games. It's closed and empty as the islands overflow with three times their accommodation space. It's closed and empty, as some of the camps with no air conditioned, no rooms but SUMMER tents, no winter conditions are open and running as winter approaches. It's closed, at least for now.
It's my third time in Greece, my third month here, but for one year and a half I've studied and followed the refugee crisis closely, learning the process, the burocracy, the laws, following the non-mediatic realistic situation, not only from the news, not only from the information I got from the camp, but from the first hand stories of those who actually live this. And if there's something I've learnt was that some of the organizations I once looked up to as big NGOs, or even international organizations, disappointed me so badly for only seing the numbers and not the needs and that the small organisations do get everything done.
As endless bureaucracy it's a reality, camps should be more than few square meters per person. As waiting it's a reality, camps should be temporary communities, temporary homes, temporary happy places. As things slowly get fixed, this accomodation places should be integrating, well equiped and busy so that no one needs to watch as life gets by, so no one needs to press pause on life as decisions over their life are being made for them.
Oinofyta was not the only camp I visited, I also talked with many volunteers from other camps in order to do my master degree thesis. And yes, with many flaws, but with huge projects, with some problems but with many solutions, oinofyta accomodation center was, afterall, a good place. With nearly 150 rooms on a two floor air conditioned building, a clinic, an emergency room, a school that served many ages, a garden, two kitchen areas with gas, bathrooms and showers with hot running water, a football field, an outside gym, a praying schedule and proper place to do it, a computer lab with wifi, a beauty salon, a barber shop, a women space, a sawing center, laundry machines and so on... Anyway, just a reminder that not all the camps look or feel like prisions, not all the camps provide the miserable conditions we are everyday faced with on facebook, some do, some don't. Many articles were made regarding Oinofyta Camp, "a model camp", "an example to follow", and somehow that example doesn't fullfill anymore, not  the community, but the government needs. And I could just go on and on writting about all the wrong reasons this camp was closed and how it should't have been.
Sometimes what feels hopeless and what most certainly is and umberable situation can be eased. Sometimes beautifull things grow on hopeless places.
I always thought I would be here for the closing, on the first minute I was told that it was going to close, I instatly made my mind to be on the closing team. But things moved quicker than expected and I arrived to a closed camp. 
Things change, and we change with them. Bigger projects are now in place, dignifying projects, with comunity integration and a close relation to the Greek population. As Oinofyta Accomodation Center closed we also closed the "temporary accomodation" chapter. It's now time to go permanent. It's  time to grow some roots, it's time to make a home out of this.

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Oinofyta Accomodation Center, mais um campo de refugiados na Grécia, mas também uma pequena comunidade para refugiados, climatizada, passível de receber as condições de Inverno e de forma providenciar alguma dignidade. Agora está vazia, não há mais crianças a correr pelos corredores coloridos. Não há mais pacientes na clínica. Acabaram-se os jogos de volley ou futebol tardios. Fechou e está vazio enquanto as ilhas estão abarrotadas e acomodam 3 vezes a sua capacidade. Fechou e está vazio enquanto alguns campos funcionam sem ar condicionado, sem quartos mas tendas de VERÃO, sem condições de receber o Inverno que se aproxima. Fechou. Por enquanto por agora.
É a minha terceira vez na Grécia, o meu terceiro mês aqui, mas durante um ano e meio estudei e segui a crise de refugiados atentamente, aprendendo o processo, a burocracia, as leis, seguindo a não-mediática mas realista situação. Não só pelas notícias, não só pela informação que me era transmitida do campo mas contada na primeira pessoa pelos que a vivem. E se há algo que aprendi de facto é que muitas organizações que via como grandes ONGs desapontaram-me tanto por só verem os números e não as necessidades que chego agora a despreza-las pelo trabalho de fachada que apresentam. E as pequenas organizações, muitas dessas sim, atingem objetivos concretos respeitosos e dignificantes.
Sendo infinita a burocracia os campos deviam ser mais do que metros quadrados por pessoa. Sendo a espera real os campos deviam de ser comunidades, casas temporárias, lugares dignos e felizes. Enquanto lentamente as coisas se resolven estas acomodações deviam ser lugares que integram, bem equipados e tão movimentados que ninguém tenha de ficar a olhar enquanto a vida passa, que ninguém tenha de pausar a sua própria vida enquanto outros tomam as decisões por eles.
Oinofyta não foi o único campo que visitei, falei também com inúmeros voluntários de outros campos e até de campos noutros países para fazer a minha tese de mestrado. E sim, com todas as falhas mas também com projetos enormes, com muitos problemas mas imensas soluções, o campo de oinofyta era, apesar de tudo, um bom lugar. Com cerca de 150 quartos num edifício com dois andares e ar condicionado, uma clínica, uma sala de emergência, uma escola que serviu todas as idades, um jardim, duas áreas de cozinha com gas, casas de banho  com água corrente e quente, um campo de futebol, um ginásio ao ar livre, um horário de orações e um local próprio, um contentor com computadores disponíveis e wifi, um salão de beleza, um barbeiro, um espaço para as mulheres, um centro de costura, máquinas de lavar e muito mais... De qualquer forma, apenas para relembrar que nem todos os campos se parecem com prisões, nem todos os campos têm as condições miseráveis que todos os dias vemos em notícias do facebook, alguns sim, mas nem todos. Muitos artigos foram sendo escritos sobre este em específico, "o campo modelo", "um exemplo a seguir", e mesmo assim esse exemplo deixou de satisfazer as necessidades, não da comunidade, mas do governo. E podia passar o dia aqui a escrever e enumerar as razões erradas pelas quais fecharam do campo e infinitas razões pelas quais o fecho não devia ter acontecido.
Às vezes aquilo que parece perdido e situações que são de certeza insuportáveis podem ser aliviadas. Às vezes coisas bonitas constroem-se em lugares perdidos.
Sempre pensei que estaria aqui para o fecho, desde que tomamos conhecimento de que tal iria acontecer, instantaneamente comecei a preparar-me para estar na equipa que ia fechar o campo. Mas tudo aconteceu mais rápido do que o esperado e portanto cheguei a um campo fechado.
As coisas mudam, e nós mudamos com elas. Novos projetos já estão a ser executados, projetos dignificantes, com integração na comunidade e uma relação mais próxima à população Grega. Com o fecho do Oinofyta Accomodation Center nós fechamos também o capítulo da acomodação "temporária". É tempo de abraçar o permanente. Criar raízes. Construir casa.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Oinofyta, again!


It's my third time leaving, it will be my third time on Greece. I always thought I would be going back to the camp, different but still there, one year and half later. But the camp is now closed and we have new goals, new plans, new projects. I don't know what to expect but I am certain something good is going to come out of this. Let's go! 

~

É a terceira vez que parto, a minha terceira vez na Grécia. Sempre pensei que iria voltar ao campo, mudado, mas ainda lá, um ano e meio depois. Mas o campo fechou entretanto e agora temos novos objetivos, novos planos e projectos. Não sei bem o que esperar mas estou certa de que alguma coisa boa há-de surgir. Vamos lá! 

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

~ Terra firme.


"Leva a bandeira 
Carrega o pesadelo 
Terra firme só não vale 
Porto seguro é não ter medo"